Parece piada de 1º de abril, mas é verdade. O coletivo Marcha da Maconha organizou um ato onde foi realizado "distribuição gratuita de drogas", como álcool e cigarro, em protesto ao Projeto de Lei 7663/10. Os usuários reclamam que a lei é um retrocesso, pois há propostas para criar um cadastro de usuários, aumentar a pena para pequenos traficantes (e é aí que a maioria dos nóias que protestaram entram) e decretar a polêmica internação compulsória de dependentes, que reforça o antigo modelo manicomial.
A ação aconteceu em pleno dia útil, às 16h20, no viaduto do Chá, centro de São Paulo.
Quem gosta de maconha, spray de pimenta e borrachada nas costas foi um prato cheio, laricas à parte.
Como o nome desse quadro é “Puxando a brasa”, conversamos com pessoas de diferentes realidades e opiniões, abordando o lado de cada um. Veja com qual opinião você mais se identifica:
O maconheiro afirma que a erva que ele fuma não é maléfico a sua saúde, pois é 100% natural. Além disso, a maconha traz uma sensação de paz, euforia e amplitude da consciência. Diz também que é menos prejudicial à saúde do que o cigarro e o álcool e ninguém tem um argumento cabível para que a droga não seja legalizada.
O traficante argumenta que mesmo com a liberação da maconha, o tráfico de drogas continuará o mesmo. Ele diz que se houver a legalização para que empresas comercializem o produto, ainda assim os usuários darão preferência para as “bocas de fumo” que venderá a erva por um preço mais baixo por estar livre do pagamento de impostos.
Já o pai de família que não tem entes queridos envolvidos com drogas geralmente é indiferente ao assunto. Ele acha absurda a legalização de algo que não traz benefícios à saúde de quem consome. Para ele é apenas mais uma manobra do governo lucrar e arrecadar mais impostos.
Por outro lado, o pai de família que tem filhos viciados pensa diferente. A droga não deve ser incentivada, pelo contrário, deve ser combatida. Segundo ele só quem tem problemas com droga na família sabe o quão desesperador é ver uma pessoa que você ama se acabando num caminho quase sempre sem volta.
O político diz que legalizar a maconha só vai gerar mais impostos que serão insuficientes para atender o número de pessoas que recorrerão à saúde pública vítimas de acidentes, dependência e doenças, além de gerar mais violência doméstica e nas ruas, como as que ocorrem com os alcoólatras. Abrirá mercado para drogas mais pesadas ainda.
A polícia é contra porque muitas ocorrências atendidas por eles são ocasionadas pelas drogas. As pessoas ficam alteradas a ponto de agredir, roubar e até matar seus próprios familiares só para conseguir dinheiro para o consumo. Eles acreditam que com a legalização o número de usuários tende a aumentar e os valores familiares serão cada vez menos levados em conta.
Um funcionário de uma clínica de reabilitação diz ser contra por conviver com pessoas que não tem controle sobre a própria vontade. Diz ainda que só quem presencia diariamente crises de abstinência sabe o quanto é difícil largar o vício.
Um usuário que viveu em outro país onde a erva foi descriminalizada, disse que é favor caso a empresa responsável pela industrialização da maconha aqui no Brasil dê todo o apoio com os custos da reabilitação dos dependentes como é lá fora.
A igreja obviamente é contra, já que a bíblia diz que o nosso corpo é um templo de Deus e como tal devemos cuidar e valorizar mantendo-nos longe das drogas.
Eu Thiago Silver, acho que a legalização se trata de uma faca de dois gumes pelo fato que pra mim, cada um escolhe o que quer fazer com o próprio corpo. Se quiser melhorar, melhore e se quer destruir que destrua. Mas por outro lado ninguém é dono do futuro e eu não gostaria que um filho meu se tornasse usuário e eu não poderia reclamar caso ele usasse algo que é licito.
Já eu, Rodrigo Portuga, sou totalmente contra. Não vejo nenhum lado positivo em qualquer tipo de droga, seja lícita ou não. Curioso é ver que políticos e policiais são contra a legalização. Claro, quem lucra com essa merda são eles próprios. Uns não criam leis que combata, outros fazem vista grossa e aceitam propina de traficante, quando o traficante não é ele próprio.