quarta-feira, 27 de março de 2013

Feliz dia do circo!




Pode-se dizer que as artes circenses surgiram na China, onde foram descobertas pinturas de quase 5.000 anos em que aparecem acrobatas, contorcionistas e equilibristas. A acrobacia era uma forma de treinamento para os guerreiros, de quem se exigia agilidade, flexibilidade e força.

Com o tempo, a essas qualidades se somaram a graça, a beleza e a harmonia. Hoje em dia é o nosso país que é conhecido por se parecer um circo. Sim, um grande circo sem lona. O dia do circo é comemorado dia 27 de março, mas eu sempre achei que o dia nacional do circo fosse dia 7 de setembro, dia da nossa independência de mentira proclamada por Dom Pedro I, porque ali começou a série de palhaçadas que aconteceram ao longo da história.

Muitos mágicos se destacaram ao longo da história, mas vou citar apenas um: José Adalberto Vieira da Silva, do PT, conseguiu fazer aparecer cem mil dólares em sua cueca. Eu no máximo faço aparecer algumas manchas marrons que ainda não identifiquei o que é.

Vários mágicos conseguem mandar dinheiro misteriosamente pro exterior. Gostaria de aprender a fazer o tal truque do caixa dois, mas infelizmente sou do povo e tenho que fazer outro tipo de mágica: viver com um salário mínimo, sem saúde, educação de qualidade e ainda ser contorcionista pra me esquivar de tiroteio na favela em que moro há mais de vinte anos e pouco vi melhorar.
Malabaristas e equilibristas também têm seu espaço no cenário circense nacional. Várias pessoas se equilibram em cargos públicos, mesmo envolvidos em mensalões e vários outros tipos de corrupções. Genoíno que o diga.

O povão também participa da brincadeira, afinal vive na corda bamba. Sem terra, sem emprego e sem cultura, o povão tenta equilibrar as contas, mas quando não é possível é só procurar o semáforo mais próximo e fazer malabarismo que dá pra ganhar um trocadinho para ajudar no aluguel. O pior que em época de enchente nem malabarismo dá para fazer, tem que fazer nado sincronizado no farol.

No Brasil medieval em pleno século vinte e um, ainda há pessoas que moram em castelos, como o deputado Edmar Moreira. Com seu dinheiro suado, exatamente, o seu dinheiro suado, o meu dinheiro suado, o nosso dinheiro suado, ele construiu um castelo avaliado em aproximadamente 30 milhões de reais. Nada mais justo que alguém levar uma vida de rei num país onde há 190 milhões de bobos da corte.

Não poderia encerrar esse texto sem parabenizar o pessoal do circo. O circo da alegria, da emoção e da força de vontade. Parabenizo a todos pelo lindo trabalho o qual admiro e dedico esse espaço.

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