sexta-feira, 15 de março de 2013

Alô, quem está na linha? Então sai que lá vem o trem!



O que marca o início do ano letivo nas faculdades brasileiras são os trotes. Mas não são os trotes “inocentes”, porém errados, como o que usei de exemplo no título, mas sim as brincadeiras de mau gosto que os veteranos fazem com os calouros.

O trote surgiu em 1342 na Universidade de Paris em plena época medieval. Lá eram separados os calouros dos veteranos, que vira e mexe iam aprontar alguma para os novatos. Hoje essas brincadeiras em inúmeras vezes são regadas a álcool e drogas, além de serem feitas com muita violência física e mental, que ocasiona de problemas psicológicos até morte das vítimas como veremos alguns casos.

Quando eu entrei na faculdade há alguns anos atrás já sai de casa com sete pedras na mão e com o pensamento: “Ai do filho de rapariga que encostar a mão em mim!”. E olha que quem me conhece sabe que nunca briguei com ninguém e não sou capaz de fazer mal a uma mosca. Mas infelizmente tem muita gente mal intencionada e muito bandido participando dessas “brincadeiras”. Comigo graças a Deus não aconteceu nada, também, quem vai mexer com um cara forte e musculoso como eu.

Eu tive sorte, mas esses que vou citar agora não. Veja alguns casos de vandalismo estudantil ao longo da história:

Em 1980, Carlos Alberto de Souza, de 20 anos, calouro do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes, morreu de traumatismo cranioencefálico, após apanhar dos veteranos como se fosse um Judas em sábado de aleluia.

Em 1990, George Mattos, de 23 anos, calouro do curso de Direito da Fundação de Ensino Superior de Rio Verde, Goiás, morreu de uma parada cardíaca quando tentava fugir de veteranos. Ou seja, muitas vezes os veteranos não sabem se o calouro sofre de algum problema de saúde e já vão para cima querendo aplicar o trote.

Em 22 de fevereiro de 1999, o estudante Edison Tsung Chi Hsueh tornou-se conhecido quando foi vítima de trote com consequências fatais. Esse calouro de família chinesa, aprovado na Faculdade de Medicina da USP, faleceu afogado em uma piscina, após beber mais água do que os veteranos pinga.

Em 10 de fevereiro de 2009, o calouro Bruno César Ferreira, de 21 anos ia começar o curso de veterinária da Faculdade Anhanguera, em Leme, interior de São Paulo. Além de ser obrigado a ingerir bebidas, e ter entrado em coma alcoólico, o calouro também teve de rolar em uma lona com animais mortos e fezes em decomposição. "Eles esfregaram na gente. Fizeram a gente rolar na lona com aquilo e ingerir pinga", conta. Tem que rolar o calouro nas fezes, pois se rolar um veterano desse, não dá tempo de separar da merda antes do início das aulas.

Também em 2009, o aluno Vitor Vicente de Macedo Silva, 22 anos, do Departamento de Física da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro morreu afogado numa piscina de saltos ornamentais de nove metros de profundidade. Obrigaram ele entrar mesmo sabendo que ele não sabia nadar. Que brincadeira legal e inocente não é?

Em 2010, estudantes da Unicastelo, em Fernandópolis, foram obrigados a fumar, tirar as roupas íntimas, pedir dinheiro em semáforos e até beber álcool combustível. No mesmo período, na Escola Superior de Propaganda e Marketing, também em São Paulo, um estudante foi agredido, e teve ossos do nariz e do rosto quebrados. Os ossos com o tempo tem conserto, mas o psicológico as vezes nunca mais volta ao normal.

Esses são alguns exemplos, por isso digo a você que vai iniciar a faculdade esse ano, que tome cuidado para não virar estatística. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre achei uma palhaçada esta de trote! Bela recepção de aluno esse método ridículo!