O que marca o início do ano letivo nas faculdades
brasileiras são os trotes. Mas não são os trotes “inocentes”, porém errados,
como o que usei de exemplo no título, mas sim as brincadeiras de mau gosto que
os veteranos fazem com os calouros.
O trote surgiu em 1342 na Universidade de Paris em plena
época medieval. Lá eram separados os calouros dos veteranos, que vira e mexe
iam aprontar alguma para os novatos. Hoje essas brincadeiras em inúmeras vezes
são regadas a álcool e drogas, além de serem feitas com muita violência física
e mental, que ocasiona de problemas psicológicos até morte das vítimas como
veremos alguns casos.
Quando eu entrei na faculdade há alguns anos atrás já sai de
casa com sete pedras na mão e com o pensamento: “Ai do filho de rapariga que
encostar a mão em mim!”. E olha que quem me conhece sabe que nunca briguei com
ninguém e não sou capaz de fazer mal a uma mosca. Mas infelizmente tem muita
gente mal intencionada e muito bandido participando dessas “brincadeiras”.
Comigo graças a Deus não aconteceu nada, também, quem vai mexer com um cara
forte e musculoso como eu.
Eu tive sorte, mas esses que vou citar agora não. Veja
alguns casos de vandalismo estudantil ao longo da história:
Em 1980, Carlos Alberto de Souza, de 20 anos, calouro do
curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes, morreu de traumatismo
cranioencefálico, após apanhar dos veteranos como se fosse um Judas em sábado
de aleluia.
Em 1990, George Mattos, de 23 anos, calouro do curso de
Direito da Fundação de Ensino Superior de Rio Verde, Goiás, morreu de uma
parada cardíaca quando tentava fugir de veteranos. Ou seja, muitas vezes os
veteranos não sabem se o calouro sofre de algum problema de saúde e já vão para
cima querendo aplicar o trote.
Em 22 de fevereiro de 1999, o estudante Edison Tsung Chi
Hsueh tornou-se conhecido quando foi vítima de trote com consequências fatais.
Esse calouro de família chinesa, aprovado na Faculdade de Medicina da USP,
faleceu afogado em uma piscina, após beber mais água do que os veteranos pinga.
Em 10 de fevereiro de 2009, o calouro Bruno César Ferreira,
de 21 anos ia começar o curso de veterinária da Faculdade Anhanguera, em Leme,
interior de São Paulo. Além de ser obrigado a ingerir bebidas, e ter entrado em
coma alcoólico, o calouro também teve de rolar em uma lona com animais mortos e
fezes em decomposição. "Eles esfregaram na gente. Fizeram a gente rolar na
lona com aquilo e ingerir pinga", conta. Tem que rolar o calouro nas
fezes, pois se rolar um veterano desse, não dá tempo de separar da merda antes
do início das aulas.
Também em 2009, o aluno Vitor Vicente de Macedo Silva, 22
anos, do Departamento de Física da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
morreu afogado numa piscina de saltos ornamentais de nove metros de
profundidade. Obrigaram ele entrar mesmo sabendo que ele não sabia nadar. Que
brincadeira legal e inocente não é?
Em 2010, estudantes da Unicastelo, em Fernandópolis, foram
obrigados a fumar, tirar as roupas íntimas, pedir dinheiro em semáforos e até
beber álcool combustível. No mesmo período, na Escola Superior de Propaganda e
Marketing, também em São Paulo, um estudante foi agredido, e teve ossos do
nariz e do rosto quebrados. Os ossos com o tempo tem conserto, mas o
psicológico as vezes nunca mais volta ao normal.
Esses são alguns exemplos, por isso digo a você que vai
iniciar a faculdade esse ano, que tome cuidado para não virar estatística.
Um comentário:
Sempre achei uma palhaçada esta de trote! Bela recepção de aluno esse método ridículo!
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