Nesse novo quadro do nosso querido jornal, abordaremos
notícias “polêmicas” analisando-a com a visão de todos os envolvidos e
diretamente interessados.
Entre tantas notícias polêmicas nesse mês de março, destacarei
uma que deixou meus colegas de redação felizes da vida: o casamento gay está
liberado em todos os 832 cartórios paulistas.
Curiosamente, a lei começou a vigorar um dia após o Papa
Bento XVI sair do cargo, mas nada tem a ver uma coisa com a outra, o casamento
gay na igreja continua “proibido” pelo Francisco.
Se você, caro leitor, se interessou, vai atrás (no bom sentido da frase), e não conseguir
registrar o pedido de casamento em algum cartório, pode fazer uma denúncia à Corregedoria Geral de Justiça.
Confesso que quando vi a notícia achei que São Paulo era o
São Paulo Futebol Clube, mas não, é no estado mesmo.
Vamos ver como as pessoas receberam essa notícia:
Os religiosos em geral acharam uma pouca vergonha. Deus
criou Adão e Eva e não Adão e Ivo. Uma família não pode ser constituída por
homossexuais, pois eles não podem se reproduzir e na bíblia diz que relações
sexuais só podem ser feitas após o casamento e com o intuito de reprodução.
Os políticos pensam da seguinte maneira: “estou meio
queimado na rodinha, então vou criar uma lei para beneficiar uma grande camada
da sociedade, que com certeza votará em mim na próxima eleição como forma de
gratidão”.
A lei diz: "Art. 5º. Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,...".
Os homossexuais com certeza ficaram muito contentes com a aprovação
dessa lei. Essa é uma grande conquista, um passo importante no caminho contra o
fim do preconceito. Além disso, um motivo a mais para poderem andar de cabeça
erguida e poder usufruir desse direito de cidadão.
As pessoas de outros estados estão divididas em relação a
decisão dos paulistas. Caravanas e mais caravanas do Rio Grande do Sul estão
vindo para cá. Já o pessoal dos demais estados dizem “só podia ser paulista
mesmo!”.
Eu, Rodrigo Portuga, acredito que negar às pessoas do mesmo sexo permissão
para viverem em uniões civis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é
uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça
social. Sou heterossexual e realmente até hoje não consigo entender o porquê de
um casal gay aterrorizar tanto as pessoas. Acredito que algumas pessoas que não
estão seguras da sua sexualidade, preocupam-se demais com a vida sexual alheia.
Sou católico e posso ser até excomungado por escrever isso, mas acho que
direitos humanos e a bíblia não se misturam. A bíblia diz, por exemplo, que as
mulheres devem ser submissas aos homens, mas o que vemos hoje é uma mulher
mandando e desmandando em todos os homens do país, exceto no Lula. Esse
casamento visa garantir direitos constitucionais e nada tem a ver com religião.
Acho que todos têm o direito de ser feliz, contanto que sua felicidade não interfira na felicidade dos outros. E, para falar a verdade, essa notícia não interferiu na minha.
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