A produção de resíduos sólidos, vulgo lixo, na região do ABC paulista, em
São Paulo, atinge a marca de 2,3 mil toneladas por dia. É lixo pra cidadão
nenhum botar defeito. As duas maiores cidades da região, São Bernardo do Campo
e Santo André, também são as maiores produtoras de lixo da região, gerando respectivamente
uma média de 273,7 mil e 332,4 mil toneladas anuais. Isso sem contar os lixos
musicais que passam em carros de meliantes na região e a poluição visual
normalmente notada, tipo “Noite do Cachorro- Quente” ou “Esta noite teremos
James, o Mamulengo do Forró”.
Com tanto
material gerado, é triste informar que deste mundaréu de lixo, apenas 1% é
reciclado. Se boa parte desse lixo fosse reciclada, seria menor a área ocupada
no único aterro sanitário que comporta todo o resíduo da região, que se
localiza em Mauá, sem trocadilho. Moradores e funcionários do polo industrial das
imediações do aterro reclamam do mau cheiro e da proliferação de ratos, que
parecem mais cachorros e devem pesar cerca de 17 kg cada.
Este lixo gera despesas e demanda de verbas dos cofres públicos.
Pegaremos alguns dados estatísticos da cidade “B” para exemplificar esta
realidade: Em São Bernardo do Campo, cada um dos munícipes, dos 765,4 mil
moradores da cidade, produz e descarta em média 890 gramas diárias de lixo.
Este lixo gera um custo de R$ 42 milhões por ano aos cofres da Secretaria de
Serviços Urbanos da cidade, sendo R$24 Milhões com coleta seletiva, R$ 18
Milhões com o aterro sanitário Lara, em Mauá e R$1,5 Milhão com a
Operação
Bota Fora, que recolhe moveis velhos e objetos mais complicados para serem
descartados pelas ruas das cidades, seguindo um calendário de atendimento por
bairros.
Os dados
estatísticos são baseados no lixo coletado. Ainda restam aqueles jogados nas
zonas de matas e de mananciais da região, nos rios e córregos, nos terrenos
baldios e nas próprias ruas, servindo de centros de recreação para animais como
ratos, cães e até mesmo cavalos, e também entupindo bueiros causando enchentes,
e assim este lixo volta para dentro da casa do cidadão, juntamente com água
suja e destruição.
As cidades planejam implantar usinas de incineração para todo esse lixo,
Mas ainda está em estudo este método, pois podem gerar impactos ambientais com
gases e a fumaça emitida por usinas de incineração. São Bernardo planeja para
2014 a implantação de um método deste na cidade.
Cabe a cada pessoa separar o seu lixo e procurar o local certo para
descarte desse lixo. Já presenciei pessoas que até separam o lixo reciclável do
não reciclável em sua residência, mas no final das contas, não tem onde
descartar e jogam os dois tipos de lixo juntos para a coleta. Infelizmente o
modo de reciclagem que ainda existe é o dos catadores de sucata, que procuram
no lixo uma forma de renda para o seu sustento, e o que gera a reciclagem é a necessidade
e não a consciência por um mundo melhor e mais sustentável. Cada coisa.
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