sexta-feira, 5 de abril de 2013

Recicle-se




A produção de resíduos sólidos, vulgo lixo, na região do ABC paulista, em São Paulo, atinge a marca de 2,3 mil toneladas por dia. É lixo pra cidadão nenhum botar defeito. As duas maiores cidades da região, São Bernardo do Campo e Santo André, também são as maiores produtoras de lixo da região, gerando respectivamente uma média de 273,7 mil e 332,4 mil toneladas anuais. Isso sem contar os lixos musicais que passam em carros de meliantes na região e a poluição visual normalmente notada, tipo “Noite do Cachorro- Quente” ou “Esta noite teremos James, o Mamulengo do Forró”.

Com tanto material gerado, é triste informar que deste mundaréu de lixo, apenas 1% é reciclado. Se boa parte desse lixo fosse reciclada, seria menor a área ocupada no único aterro sanitário que comporta todo o resíduo da região, que se localiza em Mauá, sem trocadilho. Moradores e funcionários do polo industrial das imediações do aterro reclamam do mau cheiro e da proliferação de ratos, que parecem mais cachorros e devem pesar cerca de 17 kg cada.

Este lixo gera despesas e demanda de verbas dos cofres públicos. Pegaremos alguns dados estatísticos da cidade “B” para exemplificar esta realidade: Em São Bernardo do Campo, cada um dos munícipes, dos 765,4 mil moradores da cidade, produz e descarta em média 890 gramas diárias de lixo. Este lixo gera um custo de R$ 42 milhões por ano aos cofres da Secretaria de Serviços Urbanos da cidade, sendo R$24 Milhões com coleta seletiva, R$ 18 Milhões com o aterro sanitário Lara, em Mauá e R$1,5 Milhão com a
Operação Bota Fora, que recolhe moveis velhos e objetos mais complicados para serem descartados pelas ruas das cidades, seguindo um calendário de atendimento por bairros.
Os dados estatísticos são baseados no lixo coletado. Ainda restam aqueles jogados nas zonas de matas e de mananciais da região, nos rios e córregos, nos terrenos baldios e nas próprias ruas, servindo de centros de recreação para animais como ratos, cães e até mesmo cavalos, e também entupindo bueiros causando enchentes, e assim este lixo volta para dentro da casa do cidadão, juntamente com água suja e destruição.

As cidades planejam implantar usinas de incineração para todo esse lixo, Mas ainda está em estudo este método, pois podem gerar impactos ambientais com gases e a fumaça emitida por usinas de incineração. São Bernardo planeja para 2014 a implantação de um método deste na cidade.

Cabe a cada pessoa separar o seu lixo e procurar o local certo para descarte desse lixo. Já presenciei pessoas que até separam o lixo reciclável do não reciclável em sua residência, mas no final das contas, não tem onde descartar e jogam os dois tipos de lixo juntos para a coleta. Infelizmente o modo de reciclagem que ainda existe é o dos catadores de sucata, que procuram no lixo uma forma de renda para o seu sustento, e o que gera a reciclagem é a necessidade e não a consciência por um mundo melhor e mais sustentável. Cada coisa.

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